quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Cafezinho com Kanela

sábado, 8 de novembro de 2008

http://www.mediaeducationweek.ca

National Media Education Week was conceived in 2006 to promote media literacy as a key component in the education of young people, and to encourage the integration and the practice of media education in Canadian homes, schools and communities.

Media are powerful forces in the lives of youth. Young people are immersed in media, moving beyond geographical and regulatory boundaries as they access, absorb, communicate, create and repurpose media content. And they're doing this largely without guidance and often without reflection.

To be media literate in this new environment, young people need to develop knowledge, values and a range of critical thinking, communication and information management skills - and media education is an essential tool in helping them acquire these skills.

Media Awareness Network (MNet) and Canadian Teachers' Federation (CTF) are working with an advisory committee, teacher and media education organizations and community groups to develop and promote a wide range of media education resources, professional development programs and youth activities in support of the week.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Nordicom


Aproveitando as fèrias na Itàlia, passei na biblioteca do CREMIT para saber das novidades. Cada vez que entro neste centro de pesquisa em midia, educacao e te cnologia, sinto-me em casa. Participei da inauguracao e da festa do primeiro aniversario. Tinha tido ouvidos para a ideia ainda em sonho e projeto do prof. Rivoltella. E agora, tudo ali: as duas mesas compridas e lisas, retangulares. Quem chega apoia o seu laptop e usufrui de conexao wireless. Ha ainda tres computadores fixos, impressora, armario com guloseimas e uma sala de reuniao. Biblioteca especifica de midia'educacao, sempre em construcao. Revistas, anuarios, relatorios, teses. Um cantinho midia-educativo no coracao da universidade de Milao.


Com apoio de Francesca Musetti, midia-educadora que visitara o Rio de Janeiro em setembro por um mes, peguei emprestado da estante com portas de vidro o livro Empowerment through Media Education: an Intercultural Dialogue, de 2008. Editado com apoio da UNESCO, tem em Geneviève Jacquinot uma das editoras. Fresquinho fresquinho, com artigos divididos em 6 partes, enfocando na relacao entre jovens e a Era Digital.


Nordicom (The International Clearinghouse on Children, Youth and Media) è a instituicao que assina o livro, eu ainda nao conhecia. Uma organizacao norte-europèia de pesquisa e atividades midia-educativas que envolve os seguintes paises: Noruega, Dinamarca, Finlandia, Islandia e Suecia.


No site www.nordicom.gu.se/clearinghouse è possìvel encontrar òtimos artigos e referencias a pesquisas de todo mundo, inclusive brasileiras. O site disponibiliza um formulario para cadastro no banco de dados online. Pretendo enviar em breve informacoes sobre as pesquisas do GRUPEM para la.
A foto da Suècia foi retirada do site: www.agamare.it


sábado, 21 de junho de 2008

Simulacro e poder: uma análise da mídia



Marilena Chauí é professora titular do Departamento de Filosofia da USP, especializada em História da Filosofia Moderna e Filosofia Política. Autora de inúmeras obras, membro fundador do Partido dos Trabalhadores, escreve o livro “Simulacro e poder: uma análise da mídia” (2006) a partir de atualizações e acréscimos feitos à conferência proferida no Ciclo Rede Imaginária, na Casa da Gávea, em 1993.

Como grande maioria da população brasileira aprecia programas de auditório, com jovens e crianças, desconhecidos ou celebridades contando suas preferências pessoais desde o sexo até a culinária, expondo suas intimidades, Chauí identifica nesse tipo de espetáculo o caráter de consultório midiático – sentimental, sexual, gastronômico, geriátrico, ginecológico, de cuidados com o corpo, entre outros.

Nestes cenários, perguntar sobre o que os entrevistados sentem e acham têm sido mais importante do que perguntar sobre o que pensam ou como julgam fatos, como significam acontecimentos e contextos político-econômicos. Tragédias pessoais e confissões domésticas se tornam populares. “Os assuntos se equivalem, todos são questão de gosto ou preferência, todos se reduzem à igual banalidade do “gostou” ou “não gosto”, do “achei ótimo”, ou “achei horrível” (p.7)”.

A autora se apropria dos conceitos de credibilidade e confiabilidade utilizados por Christopher Lash (1983) em seu livro A cultura do narcisismo. Quando os fatos cedem lugar a declarações “personalizadas”, convertem-se em propaganda. Devido ao apelo à intimidade, à personalidade, à personalidade e à vida privada, a propaganda transmuta-se, de forma ilusória, em informação. As relações sociais e políticas ficam dissimuladas quando se abole a distinção entre o espaço público e privado, dissolvendo a opinião pública. A manifestação pública dos sentimentos ocupa o seu lugar. “A opinião pública era um juízo emitido sobre uma questão relativa à vida política, era uma reflexão feita em público, era uma reflexão feita em público e por isso definia-se como uso público da razão e como direito à liberdade de pensamento e de expressão” (p.10).

São três os deslocamentos percebidos: o primeiro, substitui a idéia de uso público da razão; o segundo, o direito de cada um e de todos de opinar em público pelo poder dos “formadores de opinião’; terceiro, a ocupação do espaço da opinião pública por profissionais dos meios de comunicação formados por oligopólios com uma dúzia de conglomerados com alcance global”.

O jornalismo também sofre mudanças. Segundo Chauí, as notícias têm sido apresentadas de forma precária. “Rápido, barato, inexato, partidarista, mescla de informações aleatórias obtidas e pouco confiáveis, não-investigativo, opinativo ou assertivo, detentor da credibilidade e da plausibilidade, o jornalismo se tornou protagonista da destruição da opinião pública” (p.14).


Penso que as atividades mídia-educativas possuem o mérito de priorizar discussões sobre o senso comum, sobre nossos sentidos, achâncias e opiniões, procurando qualifica-las, contextualiza-las e historiciza-las.
Crédito da foto: Lícius Bossolan

sábado, 10 de maio de 2008

Jornal Futura

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Cena 11 - As marcas do humano



Estou lendo o livro "As marcas do humano*", de Angel Pino. O autor toma como base a “lei genética geral do desenvolvimento cultural” de Vigotski – pela qual se entende que enquanto as funções biológicas se inscrevem nas estruturas genéticas da espécie, as funções culturais – ou “funções psicológicas superiores” - passam por outra via: a da história social dos homens, para estruturar seu livro, a meu ver, de forma lúcida, ampla e com ritmo delicioso.



A sensação é que o autor faz das 268 páginas de “As marcas do humano” um ambiente narrativo, no qual em tom de conversa, puxa uma cadeira e te convida para ouvir histórias, pontos de vista e conceitos que não apenas apontam as especificidades do ser humano em relação aos outros animais, mas que organizam e sistematizam o nosso entendimento para tal diferença.

Haveria um “momento zero cultural”, no qual o ser humano – a criança, o bebê - ainda estivesse sob o jugo do biológico, antes da sua virada para o universo dos símbolos e manifestações culturais? Pode-se falar em duplo nascimento, um biológico e outro cultural? Em caso positivo, quais seriam os fatores intervenientes para essa passagem? O interesse pela investigação sobre como “de simples ser biológico a criança se torna um ser cultural semelhante aos outros homens” é grifado por Pino como o norte do seu trabalho.


O autor parte de um aparente paradoxo: o bebê humano não deveria ser mais ‘esperto’ do que as espécies precedentes? Por que se constitui como extremamente dependente do Outro, especialmente dos pais, para sua sobrevivência? Pesquisas mostram que para a realização de atividades que requeira ‘inteligência prática’, a criança apresenta desvantagem em relação ao bebê símio até o momento da constituição da fala – veículo para o desenvolvimento das funções superiores, sua vantagem evolutiva em termos culturais.


Para responder a esta questão sobre a relação entre as funções biológicas e culturais no humano, Pino aumenta a lente de análise e espirala uma viagem pelo tempo e por interpretações que diferentes áreas do conhecimento ofereceram. As cinco perguntas que justificam seu envolvimento são: “Quando e como ocorre o nascer cultural da criança? Como opera a mediação do Outro nesse nascimento? Como se dão, na ausência da fala, os primeiros contatos do bebê com a cultura? Como ocorre a conversão da cultura em “material” constitutivo do ser cultural da criança? O que ocorre com as funções naturais ou biológicas sob o impacto da cultura?” (p.55)


Se a chave está na mediação semiótica, na capacidade de simbolizar e na riqueza da linguagem, os espetáculos do "Grupo Cena 11 Cia de Dança" voltam aos meus sentidos como impacto e surpresa, susto e celebração. As marcas do humano estão lá, expostas e purgando, ora pela dor, ora pela harmonia dos movimentos no contato com o Outro.


* PINO, Angel. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo: Cortez, 2005

* Foto: Fernando Rosa. Bailarina: Letícia Lamela

terça-feira, 22 de abril de 2008

Les Quatre Cents Coups



Recebi uma matéria do jornal El País, publicada em 14 de abril desse ano. Com o arquivo em pdf aberto, não sabia se lia as frases em espanhol ou se me deixava hipnotizar, com prazer, pela foto no box à direita. Que bonita. Em preto e branco, aqueles meninos sentados em carteiras de madeira, olhando. Para onde, para que e por que? A legenda, traduzida: "Uma cena do filme Os incompreendidos, de Truffaut". Fala-se do projeto de Alain Bergala e seu projeto de formaçao do gosto para o cinema na França. Sensibilidade, intuição e arte. Quem sabe por aqui?

http://www.enfants-de-cinema.com/edition/cahier.html

terça-feira, 4 de março de 2008

Cinema Paradiso

Giuseppe Tornatore, 1989.
"Fine".Voltei a caixinha do filme para procurar crédito, fazendo força para não esquecer. Querendo não esquecer.
Ainda não tinha visto Totó, mas hoje assinei a lista de empréstimos da videoteca. Trouxe mami para sala, ventilador também. O que se passaria dentro de mim naquelas 2 horas eu não sabia. Tento organizar, não quero esquecer. Como sonho que a caneta atrasa, bocejo cansada na insistência.
Mas o que teria ficado? Meu museu de imagens, pesquisa de mim mesma.
O menino, a infância. A infância mexe tanto comigo ainda mais se órfã, ainda mais se cresce com sabedoria dos mais velhos. E sozinhos, como Alfredo. Bondosos senhores sem família que aconselham crianças. Que apanham de mães sofridas por desespero de maridos sem volta depois de guerras com tantas voltas e esperas. Da censura. Da Igreja. Dos cortes, das edições. "Final Cut", palavra da tarde, chave do filme. Cinema emociona sim e por que? As lições das fábulas, quase 100 dias de espera. Quase, mas não todos. Podemos desistir mesmo que falte pouco, mesmo que falte um. A insistência asceta por amores não correspondidos. A leveza irresponsável dos apaixonados. Lembranças, nossas lembranças, nosso medo de olhar nossa vida como história passada, ampulheta de saudades e arrependimentos. De não apreensão do que fica no hoje, sensação que amputa dedos, nem adianta. Vida e tempo, frágeis passageiros. E não sei se conseguiria não olhar pra trás, mesmo que amuleto, missão ou tesouro. Os trilhos eu trago, todos, mesmo que pague com a angústia das bifurcações. Totó eu não seria, obediência pra saudade falta impor. Filme lindo, dos beijos não dados no futuro que abraço, da procura do que tem de mim na tela do cinema, esse paradiso.